Decide logo teus afins
que aqui eu me acerto
liberto, desperto.

Faz isso ter logo um fim
joga pra debaixo do tapete as incertezas
quero clareza mesmo que com frieza.


Para com isso de ser assim
de não querer por perto
e não deixar ir embora.



Tu parece ser igual aqueles filmes que a gente assiste uma vez e nunca mais esquece.
Ou como aquela música que te corrompe a alma toda vez.
Parece até talvez aquele presente que a gente ganha, gosta, não serve e se entristece.
Me lembra até um ou outro romance francês.
Tu não é qualquer pessoa. 

Feito Dom Casmurro,
procuro prazer nas dores velhas.

Sonho metade de sonhos,
dissimulo intimidades,
adio virtudes mais do que espelhos,
entrego segredos em troca de segredos.

Prefiro palavras e um pretexto honesto em que se explica o explicado,
do que me prender nos desesperos de ter que explicar.
Tenho dúvidas sobre dúvidas.

Pior que isso, só o meu dizer aos passantes incertos,
"Tire seus olhos oblíquos e dissimulados de cima de mim".





To Build A Home


Cause, I Built a home
For you, for me.

Until it disappeared.
From me, from you.

And now, it's time to leave and turn to dust.
Out in the garden where we planted the seeds, there s a tree as old as me, and.
When the gusts came around to blow me down

I held on as tightly as you held onto me.
I held on as tightly as you held onto me.




Don't leave home

peço agora
que antes da aurora
mesmo com demora
não me vás embora.

o sentimento não é suave
preciso que me desbrave
alinhave
(sei que preciso) 
que sejas a chave

sei que te sinto saudade
que me trazes fragilidade,
que me coloca em tempestade
e ainda exige rimas com sonoridade.








But I couldn't stay away, I couldn't fight it


Querer deixou de ser poder, faz tempo
E esperar tornou-se necessidade.
Eu até já tentei, tento
Te não fazer mais prioridade,
te tirar aqui de dentro,
meu coração só sorri, pois não é capaz de tamanha crueldade.

Não sei dizer, quem dirá?

que a vida pode ser o que ela quer
que seja
só por favor que ela não queira ser
quem te tira de mim 




"E eu poderia dizer que um dia vai passar, mas seria dizer algo que não quero.
Não quero deixar de me importar, de te gostar, de te esperar. É estranho porque dói, de verdade, mas pior que isso seria não pensar mais em você. Não quero sentir como se estivesse desistindo. Mesmo que o próprio amor já tenha desistido de si mesmo"
"E eu me lembrarei de você
E as coisas que nós fazíamos
E as coisas que nós dizíamos
Eu me lembrarei de você
Sempre" 
Meus olhos pequenos não traduzem o que quero te dizer
Talvez os fá-lo-ei crescer.
Só pra não ter que te dizer
e me por em risco de sofrer.


Mais.
Cada vez que encontro algo mais para em ti amar
uma flecha me atinge o coração.
Imagine como está ele então.

Levando-me devagar para longe
Longe tanto, quanto sempre estive
Tentando chegar lá
Onde claro ele está

Correndo como corre o tempo
Evitando qualquer contratempo
Que te afaste do vasto amor
Te arranque como flor

E como quem conta continuamente a sua escória
Coração com direito a palmatória
Ela só busca o final feliz
da sua própria história.
Tentando tomar decisões importantes enquanto o vento sopra no ouvindo dizendo que o tempo mandou avisar que não vai dar tempo.

Tentando decidir se vale arriscar perder parte do coração enquanto o vento sopra no ouvido avisando que o tempo mandou avisar que sempre é tempo.

Tentando absorver coragem de tudo que é vivo e móvel enquanto o vento sopra no ouvido avisando que o tempo mandou avisar que ainda há tempo.

Tentando chegar a tempo enquanto o vento sopra no ouvido dizendo que o tempo mandou avisar que não há mais tempo.

O tempo mandou avisar que você perdeu tempo.
Leitor da carta que conta e chora.
Alvor da peça que se apresenta.
Espero te ver lá fora.
Mesmo que em manhã cinzenta.

Trago-te a ti o que tudo é meu
Vejo em ti tudo que em mim vive.
Você diz, sou seu.
Eu digo assim sempre te tive.







Fingindo que não se importa.
Fingindo que finge ser.
Tentando sair à porta.
Fazendo como quem faz esquecer.

Correndo pelo campo
Fugindo da saudade
Tentando chegar a tempo
Não chegou, já muito tarde.

Vira a volta, sai correndo.
Gira a corda no jardim.
Que fazer com o amor
Que sobrou dentro de mim.


Olha o dente-de-leão.
Voa voa com o vento.
Vai levando a solidão.
Me deixando com o tormento.

Venta o vento nos cabelos.
Gira a roda no jardim
la la la laia
Eu sem roda rodo assim.


Voando com o vento que venta.
Esquecendo quem se esquece de mim.
a menina
acorda assustada
no meio da noite
procura arrastada
pelo copo de leite

a flor está no chão
tentando chegar a porta 
fugindo da solidão
nada mais importa

antes da partida 
um ultimo suspirar 
uma pequena despedida
com vontade de chorar

pensa estar errada
em a menina ali deixar
sente-se egoísta
e decide ao vaso voltar

já na segunda hora da manhã a menina acorda
olha a flor um tanto torta
já não lhe quer, prefere uma rosa
joga-a então pela janela aberta

lá no chão o copo de leite chora
nunca mais terá compaixão
se atreve até a dizer que nenhum amor
tocará de novo o seu coração












Vergonhoso o fato de querer-te presente.
De perceber que uma simples e distante presença me faz feliz.
Engraçado ver que conforme passeias de modo disfarçado para longe de mim
conforme se aplica na busca desenfreada pela fuga
Me arrasta contigo
Me deseja presente.
Longe.
Acho feliz.
Feliz decisão.
Essa de me ver encolhendo.
Abraçando-me por dentro numa espécie de contorcionismo doentio.
Fingir um certo 'importar' com minha dor.
E seguir em frente.
Motivo. Nenhum aparente.
Seria a sua eterna busca pela felicidade.
Tão superestimada.
Felicidade.
Apenas felicidade.
Enjoa.


A capacidade de ter sentimentos opostos.
Aleatórios.
Desconexos.
Sobre tudo.
Sobre você.
Querer a preocupação dos outros.
Querer que se importem.
Mas querer também afastá-los.
Todos.
É como pedir a chave da cela e logo em seguida jogá-la pela janela.
É não gostar de estar presente e nem de não ser lembrada.
É não amar alguém até o momento em que ele diz adeus.
É mudar pra agradar mesmo desprezando-se por isso.
É detestar-se por ser tola e frágil
mas não sentir a necessidade de ser forte.
A estranha capacidade de ser.





Vou me entregar a vocês
Vocês estão me devorando por dentro.
Tentando-me a imaginar ser algo que não sou
que não posso ser.
Me fazem companhia nas noites frias.
Dormem sobre meu peito.
São tocados pelas minhas mãos todos os dias.
Estão constantes.
Escondidos.
Perdidos.
Nas estantes.
Nas gavetas.
Esquecidos no consultório do dentista.
Sinto a ausência.
Depois de usados. Virados e revirados.
Esqueço-lhes nos cantos.
Livros são como pessoas.





Da pra você me esperar?
Da pra dar um jeitinho?
Acalmar.
Aguardar eternamente se possível.

Quero te acompanhar.
Só que não sei onde estou.
Vou ter que correr pra te alcançar.
Acabar com meu combustível de amor.


Procuro você nas esquinas.
Abro portas e encontro o escuro.
Topo com janelas abertas.
Caio três vezes.
Levanto mais três.

Onde que fica a sua sala de espera?
Vou ter que me recompor antes de te encontrar.





Acordar. Olhar no espelho.
Ter alguém ali
te olhando com cara de poucos amigos.
Com cara de "me tira dessa monotonia exagerada!"

Andar. Olhar ao redor.
Não ver ninguém.
Andar devagar, enquanto seus pensamentos atropelam seus companheiros.
Machucam quem se atrever a atrapalhá-los
Te fazem sofrer por querer abandoná-los.

Parar. Fechar os olhos.
Tentar cegar os pensamentos.
Tentar enganá-los.
Errar de propósito.
Procurar um meio para que eles esqueçam de você.

E se eles esquecerem.
Se teus próprios pensamentos te abandonarem.
Que vai ser de ti. 
Já tão sozinha.
Tão perdida em si mesma.
Tão constante nesse sentimento barato de querer se encontrar.


Melhor deixar eles por aqui.
Segurá-los com força.
Sem eles serias só uma boneca sem alma.
Pense.
Mesmo que te doa o coração.
Pra evitar a todo custo a sensação
de se olhar por dentro e não achar ninguém.

Fique onde você bem quiser.
Esteja onde queira estar.
Mas antes de ir.
Sair daqui.
Deixa um bilhete.
Faz um mapa.
Assim, simples, fácil.
Nem legenda precisa ter.
Só um meio pra eu poder te encontrar.

Prometo não te atrapalhar.
Faço pequenas visitas.
Rápidas.
De dois em dois meses.
Ou a cada duas horas.
Se te parece muito, já planejo uma linda história.
Pra tu esquecer que estou ali.
Esquecer de me mandar embora.

Se me ouvir não te agradar
posso te levar um presente.
Um cabide.
Agora não há desculpas pra não me encarar,
pra não ficar do meu lado.
Ali sentado, na beirada do sofá.

Quando chegar a hora de ir embora,
me despeço de você e
sorrateiramente me dirijo lá pra um canto.
Me transformo em peça de roupa.
Você me acha, não me reconhece,
me pendura no cabide.
Fico lá no armário escuro.
Dentro do teu quarto.
Daí só me resta rezar, pedir, implorar.
Pra de vez em quando a porta do armário
você esquecer de fechar.



Caso teus sonhos sejm maiores que os meus
Caso tu possas realizá-los.
Caso tu não morras antes disso.
Caso não te deixes cegar nos supéfluos do caminho.
Me escute.
Não te escute.

Se teus sonhos forem bons pra mim também.
Concordo.
Se caso eu estiver em todas as tuas estranhas visões.
Solidifica teus sonhos.
Desfaz as nuvens dos teus pensamentos.
Torna real.

Caso tu venhas a casar com alguém que não seja eu.
Que no seu futuro não exista o nós.
Fique aí.
Parada.
Tranque a porta da tua mente.
Não solidifica teus pensamentos.
Deixe as nuvens trancadas.
Que te façam cócegas por dentro.
Não me importo.

As Rosas no Vestido Azul

Não gosto do modo que tu me tomas os meus pensamentos.
Todos os dias só o que eu  espero é não pensar.
A cada pensamento que me ocorre me cubro de lágrimas.
De saudades.
Acho por isso melhor não pensar.

Tenho apenas pensamentos ilusórios.
Quase sonhos ininterruptos.
Tenho apenas diálogos inventados.
Que me imploram que os torne reais.

Cautelosa que sou com o que sou.
Sabida da geometria dos meus próprios pensamentos
de cada ângulo interno e aleatório de minhas doces e atrapalhadas decisões.
Adivinho que o melhor pra mim seria o ato de me calar.
Calar pensamentos.
Abordar os pensamentos antes que eles saiam de seus respectivos cantos.
Antes que se instalem em minha paredes interiores.
Se fixem em mim.
Como pedra pesada, difícil de carregar.

Fraca e cheia de falsas paredes interiores que sou
instalo-me nas esquinas.
Estática.
Satisfeita com passatempos.
Pensamentos pendidos. 
Com um ar de mulher desprendida.

Mal sabem eles.
Vocês.
Que me observam.
Que o desprendimento não existe.
As rosas no vestido azul não perfumam.
Que o tempo pra mim não é passatempo.
Que a cada parada estática recebo um novo pensamento.

Caso alguém pergunte no que é que tanto penso.
Penso.
Penso que apenas tento não pensar.







Todos os dias, como que num acaso constante e interminável,
jogam você em cima de mim.
Sem piedade, sem medo,
explicações ou pretextos.

Aguardo algum movimento seu.
Permaneço no eterno "ele vai levantar sozinho dessa vez?"
Fico entre o sim e o não.
Como se o tempo não importasse,
e o agora de nada valesse.

Estabeleço um horário para sua decisão.
"Das 8 às 18?" lhe pergunto.
O silêncio como resposta.

Me dizem que é um tempo perdido.
Que é muito tempo perdido.
Muito tempo pra perder todos os dias.
Muito tempo perdido com uma só pessoa.
Mas é exatamente o que eu precisava: tempo perdido

Preciso perder o tempo que já é perdido.
Perder o tempo em que estaciono, vendo o lado desinteressante das pessoas.
Perder o tempo em que cultivo sentimentos estranhos.
Perder o tempo em que sou impaciente
Perder o tempo em que não sou capaz de domar meus pensamentos tolos,
           ou apenas me abster dos rótulos.

Assim em vez de tanta perda de tempo.
Aguardo apenas você levantar.







Enquanto sou medrosa,
ele é persuasivo.

O que pra mim é azul turquesa,
pra ele não passa de um leve azul esverdeado.

Eu prefiro o doce.
Já ele o salgado.

Eu quero alguém pra me esquentar na chuva,
ele quer pegar um sol.

Hoje eu tentei voar.
Até cheguei bem alto,
peguei duas ou três borboletas.
Descuidei.
As borboletas fugiram.
Rodopiei,
Cai.
Cai no colo dele.
Matei ele.
Mas pelo menos agora tenho certeza que é azul turquesa





Do que adianta a roupa bonita
Se desbota.

Do que adianta sonhar dormindo.
Se acorda.

E naqueles sonhos de agonia estarrecedora.
Decadentes.
Com sangue, cacos, e corações partidos.
Tudo misturado.
As cenas do filme da noite passada.
Memórias e lembranças.

A menina sacode as mãos na esperança de acordar.
Sair de lá.
Ela só tem é muito medo de desbotar.





À Flor da Pele

Inventa um modo de me calar.
Não quero mais discutir.
Inventa um modo de me calar por meio segundo que seja.
Não precisa nem fundir seu amor com minha arrogância.
Só me cala.

Cria uma arma pra me atingir e me levar ao chão.
Não posso mais fingir que não é disso que preciso.
Cria uma cela que me prenda a realidade.
Não posso mais viver livre como o tempo.

Improvise uma resposta pra mim não perceber quando estou certa.
Jogue-me na cara cada erro meu, sem eufemismos, sem restrições.
Não ouse dizer "todos erram, é natural"
Quero respostas que doam como tapa na cara.
Quero sentimentos á flor da pele.
Quero verdades


Glórias e Histórias


Porque no futuro quem sabe.
Com todas aquelas mesmas histórias.
Todas as glórias.
As mesmas datas e dias contados.
Só que sem pressa.
Sem cobrança.
Porque no futuro quem sabe.
Você ainda se lembre de como é amar.






Descrença



Peço uma pizza.
Entrega ás quatro horas.

Você.
Faça-me um favor.
Marque um encontro comigo ás três.
Na sexta-feira dia treze
Na esquina da descrença.

Já pensei em tudo.
Vai ser muito simples,
Vou me transformar em dez.
Cercar todo o lugar
Observar
E com um golpe só, ver tudo acabar.

Volto pra casa feliz 
Deito na cama.
Olho o relógio.
Quatro horas.
Dim Dom.
Abro a porta.
O rosto do menino entregador entra em um tipo de espanto eterno
Não entendo.
Estendo minhas mãos em busca da caixa
Eis que mãos ensanguentadas estão sobre a caixa poligonal.
Ops, penso eu
Esqueci de lavar

Ciclo Vicioso

Vai lá seguir o ciclo.
Caminhar atrás de alguém.
Apertar o passo pra não se perder.
Não correr, pra não se cansar.

Para. Pensa. Modifica. Reage

Para de andar, deita no chão.
Descansa se preciso.
De olhos abertos que é pra não dormir.

Não era esse o seu medo?
Dormir
Perder tempo
Parar de perseguir os outros.
Como se fosse roupa de vitrine.
Que você olha, gosta, e depois não para de olhar.
Deixa a roupa lá se você não quer comprar.
Ou pega de uma vez, antes de outro te passar.

Para de perseguir os outros.
Tenta um pouco de distância.
Para de seguir grudado.
Deixa um pouco de lado.

Não namora a roupa da vitrine.
Namora só a roupa que já é sua.



Como foi seu dia?

Tenho vontade que você me pergunte, como foi seu dia?!
Só pra poder responder.
Meu dia foi maravilhoso. Acordei com alguém cantando pra mim.
Minha pasta tinha gosto de menta.
No meu café tinha panquecas.
No trabalho tudo calmo.
De noite tomei café.
A minha cama estava quente.
Pena que me faltou você.


Quando penso em desaparecer me surge uma vontade de escrever.
Quando penso em parar de escrever, me surgem trilhões de ideias.
Quando me surge alguma ideia, me falta a coragem.
Me sinto meio leão a procura da coragem.
Daí lembro de você.
E me sinto homem de lata, só andando por aí.
Sem coração

Sou de vidro.
Sou transparente.
Eu enfeito.
Eu trinco.
Eu quebro.





Amadurece coração.
Cria coragem.
Bate mais forte,
mais rápido.
Para,
só pra me assustar. 
Só não me deixa nesse monotonia,
de te ouvir assim tão devagar.


Um sol

Me disseram que estou branca demais.
Me disseram que nunca estou certa.
Que de nada da vida eu sei.
Que eu devia me impor mais.
Sair de casa.
Ir pra rua.
Ver se aprendo.
Ou pelo menos se pego um sol.

Seu preço

Qual o preço do seu amor?
Só pra'eu saber.
E começar a economizar.

Qual o preço do seu amor?
Só pra'eu saber
Pra se ele for leiloado, eu poder te ganhar.

O seu amor é baratinho?
Será que dá pra mim comprar?
Já to fazendo um pé de meia
E vou ver no que é que dá.

Se seu amor for muito caro
Eu não vou poder comprar.
Você me dá ele de graça, se eu prometer também te amar?

Penteadeira

Vou te pegar.
Te prender.
Dentro do meu guarda-roupa.
Na minha penteadeira.
No bidê do meu quarto.
Na estante da sala de estar.

Vou te pegar.
Te botar no sofá da minha sala.
Eu vou falar com você, sobre o clima e o tempo
Tá bom!

Vou te sentar na cadeira.
Perto da minha mesa.
E a gente vai ler o jornal, antes de almoçar.
E depois do almoço vamos só se falar.

Vou te deitar na minha cama.
Fazer você me amar.
Se bem que pensando bem.
Vai que eu n'um gosto
Melhor mesmo é só te pegar
Te prender lá na estante.
Na estante da sala de estar.

Fumaça

Muito bom só olhar pra você.
Mas acho que preciso de um sinal.
Faz sinal de fumaça.
Me chama.
Sacode a bandeira branca.
Me avisa que não sou louca.
Sei que o amor é um risco, mas eu não me arrisco.
Você já tem minha atenção.
Você tem minhas segundas intenções.
Você tem minhas indiretas.
Só te resta fazer a fumaça, pode deixar que eu levo o resto.



Mil perdões


Me pergunto se seria perda de tempo.
Perder tempo escrevendo pra você, de você, com você.
Sei que sim.
Afinal o seu tempo você já não perde mais comigo.

Me pergunto se seria perda de tempo.
Parar pra pensar que isso talvez, já não seja mais sobre você.
Seja só sobre mim e aquela parte escondidinha bem lá dentro, chamada você.

Tempo

E o tempo que eu passo pensando em você.
E o tempo que eu passo querendo te ver.
É o tempo que eu passo querendo esquecer..
O tempo que passei com você.

Você

Perdi tanto do meu tempo com você.
Perdi tanto de mim com você.
Perdi todo o meu sonho com você.
Pra no final, nem ganhar você.

Desisti

Queria escrever algo só pra você.
Não consegui. Desisti.
Queria pensar em algo só pra você.
Não consegui. Desisti.
Queria te ter de um jeito só pra mim.
Não consegui. Desisti.