Passam

Feito flauta que ecoa som
      flutua com tuas ondas sonoras
vira-me pelo avesso das coisas
faz dançar nas fitas que sacodem o tempo
dissipa-se para longe, um ser ilha
            entrelaça-se com o mar
Entrelaça-me as mãos.


Tu és a minha viagem de volta.


O retorno ao que se sente.
A sensação de se estar em casa.
És o que se espera e por isso talvez também,
o que se quebra,
antes mesmo de perder.
Não se perde apenas, se fecha.
Enquanto quebrado e fechado;
Afoga-se.
No meu esquecimento.
No teu.
E flutuando para longe, deixa a calmaria,
do que antes era só tormenta.

Remendar o Vestido

Primeiro ato: ela o ama. Escreve o nome dele em um pedaço de papel e o pendura na árvore. Dizem que é uma árvore da sorte. Ela o ama muito mais que o mensurável para desejar qualquer outra coisa.

Segundo ato: ela o ama. Escreve "quero ver a paz que encontro nos olhos dele em todos os outros olhares que a mim se dirigirem" em um pedaço de papel e o pendura na árvore. Dizem que é uma árvore da sorte. Ela o ama muito mais que o mensurável. Mas já o suficiente para o deixar ir.