Ao ir, me fez pequena, de modo que coube na mão.
Guardei comigo,
as ruas que asfixiamos de palavras,
o eco da tua voz e o teu cheiro em cada estação.
Falo agora, de mim e de ti, como pessoas saídas da ficção.
De modo distante, vazio.
Aprendi aos poucos que o que se deixa, não necessariamente
se perde.
Mesmo sem querermos, algo continua passeando por dentro de nós,
numa esperança desesperada
de que os pedaços perdidos e afastados se juntem.

Afinal, não somos também o que perdemos?