Uns dias atrás comecei a dizer em voz alta que sinto a tua falta. O universo parece contribuir para que eu me lembre de você; Beach Bummer toca em algum lugar ou o verde de alguma árvore chega aos meus olhos assim como teus olhos chegavam -  é aí que sorrateiramente o "sim, ainda sinto a tua falta" se desprende de mim e ecoa.
É difícil admitir depois de tanto tempo. É difícil admitir que tu ainda és parte de algo aqui dentro.
Pensei que ecoar os sentimentos me ajudaria a esquecer mais rápido o que precisava ser esquecido, afinal o ser humano tem orgulho, não tem? Ninguém gosta de se sentir fraco enquanto o causador de sua fraqueza, se encontra forte. Ninguém gosta da sensação de sofrer por alguém que não se sente na obrigação de sofrer por ti também. O problema é que esse tipo de escudo protetor sempre foi pesado demais para mim e não sei porque pensei que seria diferente se tratando de você; transformar amor em mágoa, sofrimento em orgulho ferido nunca foi meu forte. Decidi que o melhor seria olhar com carinho para todas as memórias, essas pequenas que vez ou outra passeiam por meus olhos;
feito as luzes coloridas daquele karaokê que te iluminaram hora sim, hora não. Não sei quanto tempo isso vai durar e nem tenho certeza que vá um dia terminar, de qualquer forma estou feliz por sentir tua falta.
Uns dias atrás comecei a dizer em voz alta que sentia a tua falta - o universo parece contribuir para que eu me lembre de você; Beach Bummer toca em algum lugar ou o verde de alguma árvore chega aos meus olhos assim como teus olhos chegavam e é aí que sorrateiramente o "sim, ainda sinto a tua falta" se desprende de mim e ecoa.
Pensei que ecoar os sentimentos me ajudaria a esquecer mais rápido o que precisava ser esquecido. Imaginei que o exercício de admitir sentimentos em voz alta, ativaria algum tipo de alavanca do meu corpo que consequentemente abriria as comportas do orgulho, afinal o ser humano é orgulhoso, não? Ninguém gosta dessa sensação de sofrer por alguém que não sente a menor obrigação de sofrer também, não por você pelo menos.
O problema é que esse tipo de escudo protetor sempre foi pesado demais para mim e não sei por que pensei que seria diferente se tratando de você; transformar amor em mágoa, sofrimento em orgulho ferido, nunca foi meu forte.
Percebi que o melhor para mim seria olhar com carinho para todas as memórias, essas pequenas que vez ou outra ainda passeiam por meus olhos; feito as luzes coloridas daquele karaokê,
que te iluminaram hora sim, hora não, na noite em que te conheci.
Não sei por quanto tempo isso ainda vai acontecer e nem se deixará algum dia de acontecer,
de qualquer forma estou feliz por sentir tua falta. E de perceber que ainda és parte de algo aqui dentro.