Fique onde você bem quiser.
Esteja onde queira estar.
Mas antes de ir.
Sair daqui.
Deixa um bilhete.
Faz um mapa.
Assim, simples, fácil.
Nem legenda precisa ter.
Só um meio pra eu poder te encontrar.

Prometo não te atrapalhar.
Faço pequenas visitas.
Rápidas.
De dois em dois meses.
Ou a cada duas horas.
Se te parece muito, já planejo uma linda história.
Pra tu esquecer que estou ali.
Esquecer de me mandar embora.

Se me ouvir não te agradar
posso te levar um presente.
Um cabide.
Agora não há desculpas pra não me encarar,
pra não ficar do meu lado.
Ali sentado, na beirada do sofá.

Quando chegar a hora de ir embora,
me despeço de você e
sorrateiramente me dirijo lá pra um canto.
Me transformo em peça de roupa.
Você me acha, não me reconhece,
me pendura no cabide.
Fico lá no armário escuro.
Dentro do teu quarto.
Daí só me resta rezar, pedir, implorar.
Pra de vez em quando a porta do armário
você esquecer de fechar.

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