Moonrise

Percebi dia desses a existência de uma tristeza que é de simplicidade estrondosa. Pouco rebuscada, hesita por qualquer lugar e vez ou outra procura - e o pior, encontra alguém que a receba. Ela não é mais que um anseio por profundidade. A mesma que evita que ao saltar no outro acabes batendo com a cabeça nas pedras do fundo.
Saltos em pessoas rasas podem causar danos irreparáveis, pois elas te tiram o direito do mergulho com teu escafandro, a borboleta e o que quer mais que venha contigo. Não deves esconder tuas quinquilharias pra caber em alguém. E ninguém precisa se ver obrigado a sustentar tudo aquilo que tens pra oferecer. Ela é rasa demais para ti. Para outro talvez não seja.
Culpa não tem espaço aqui, não te cabe tê-la. E não é erro teu também, ter sentimentos que dia após dia escalam um Everest interior. Isso é apenas um pouco daquilo a que somos submetidos desde que abrimos os olhos pela primeira vez: viver.
Viver é experienciar e perceber que muito normalmente tudo vai acontecer de maneira totalmente oposta a que você gostaria. Aos poucos aprendes que não se deve exigir de alguém a entrega de um espaço para que tu caiba, é necessário encontrar alguém que já o tenha do exato tamanho, se tiver muita sorte quem sabe, talvez ele seja até um pouco maior e vocês poderão preencher juntos o que antes era só vazio.