Ela ficou esperando para contar o que sentia,
não sabia guardar pra si o que não lhe tem serventia.
Um pedaço de algo que surgiu sei lá de onde,
que já não cabia mais nela e por isso se esconde.
Ela ficou esperando para contar o que sentia,
cruzou os braços, atou os laços,
repetiu em voz alta uma vez, mais duas ou três.
Pensou: em que tom soaria melhor nos ouvidos dele?
Ela ficou esperando para contar o que sentia e no fim descobriu que nem ela mesma sabia.
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