Eles
caminharam lentamente para cruzar o rio. Nadaram quando necessário e quase
foram puxados pelo peso da correnteza. Correnteza que os manteria distantes um
do outro. Mas, seus pés sobre o solo foram mais fortes e logo estavam os dois,
de um mesmo lado da margem. Caminharam juntos para longe do rio.
Para perto do
mar - essa grande cortina que abraça o abismo.
Eles ouvem
pedidos vindos da água. Ele a observa. Ela deita na areia e espera até o início
da manhã. Quando a ressaca do mar traz de volta o que levou. Depois levanta e
junto com ele caminha para longe do mar. Para mais perto de outro caminho que
resolveram trilhar.
Caminham por
uma estrada. Uma estrada ladeada por pinheiros. Pinheiros que arqueiam vez ou
outra com o balanço que o vento faz. Ouvem o canto dos pássaros, que
sossega o ouvido e arranca de si seus ruídos.
Não contaram
os dias, apenas caminharam.
Pouco falaram, apenas observaram - os
pinheiros, as pinhas nos pinheiros, a estrada, a terra na estrada, o ruído de
seus passos na terra da estrada, o ruído dos passos do outro, o ruído do vento
nas árvores mais frágeis, a
fragilidade do silêncio quando a noite chegava, o olhar que incendiava, quando
um ao outro tocava.
Depois de um
mês inteiro andando, já não sabiam mais para onde estavam indo - e não se
importavam muito com isso. Não diziam um ao outro, mas sentiam que ao
andarem juntos faziam o caminho parecer mais leve.
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