Eu queria te entregar um milhão de palavras,
empilhadas, amontoadas, te soterrar delas até perto de cortar tua respiração.
Queria escrever elas em todos os muros no caminho da minha casa até na tua.
Acho que faltaria muro e faltaria palavra; mesmo pra mim que sempre me achei tão cheia delas.
Acabei por perceber que existe gente que é maior que qualquer palavra, gente que por si só é poesia, poema inteiro, daqueles com rima e métrica.
Gente que quando fala é mais bonito de ouvir do que um da Cecília Meireles, que quando encosta o toque, toca mais que um do Fernando Pessoa e que quando sorri estremece tudo por dentro, feito um dos sonetos do Neruda. Não sabia da existência de gente como tu, gente que não tem palavra pra explicar o que é sentir perto. Que faz parecer que de todas as palavras do mundo a mais bonita é substantivo próprio, com letra maiúscula em todas as quatro palavras do teu nome. 






Um comentário:

  1. O que mais e antes de mais nada precisaria ser dito é justamente aquilo que não há como.
    GK

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